quinta-feira, 10 de setembro de 2009

"Words are little bombs."

Na hora H as palavras não vêm. Nadam ao redor, cardumes inteiros de épicos e cânones, sutras e proibidões, em movimentos arritmicos, não permitindo paz a mentes em blur. Imitam monstros e deuses, rezando para você deixá-los em paz, até que sintam uma fome tão antiga quanto mitoses em sopas primordiais. Mergulham, então, dentes ranhidos, olhos injetados, cavando, impacientes e inconsequentes, túneis até uma superfície de espelho e fogo doado, onde se misturarão com a multidão, primeiro passando desapercebidos, depois ganhando notoriedade instantânea, em uma simbiose de cartel. Somos isso, esse amontoado de zeros e uns metafísicos, bits indigentes em uma nação de yottabites, uma corredeira de nós mesmos, destruídos e criados no mesmo instante, um círculo terrível e fascinante, onde tudo é déjà vu e nada é blasé.