sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Samsara Forever

Com minha alma em seu inverno, entrego meu nirvana por um passo em falso, algo que me lembre da minha carne viva e da sua pele, salobra a qualquer paladar onisciente. A mente produz refugos, boddhisattvas que duelam empunhando mantras, sutras, relâmpagos e caduceus de puro entendimento, derrotando nada mais que suas próprias palavras, lâminas trincadas e imperfeitas. Não mais meia lótus. Não mais desapêgo de toda esta teia de Megahertz, terabytes, memes alheios e viagens em máquinas do tempo montadas em laboratórios que sentem medo, detritos criando um anel de poeira que gravita em torno de um planeta cujo núcleo esfria a cada instante perdido pensando em instantes perdidos. Termos apenas uma chance me parece agora assustador, mas é também um imenso privilégio, negado a todo o panteão de deuses e pop stars que habitarão esta mentira agridoce, este oceano repleto de sereias e faróis sem vigia, um koan sem reflexão alguma depois. Para nós, anônimos e únicos, há a possibilidade de entender, de aceitar, de deixar a onda bater com tudo, e na espuma do caixote, abrir um sorriso sincero. Há a chance de escapar de todos esses algorítimos kármicos e residir apenas na aritimética consciente onde Eu e Tudo, homem e cosmos, subtraem-se a apenas um.
E
são
Zero.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem compreende isso? Nem sei mais quem sou.