segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Elegia

Para mover seu corpo preciso de apenas dois labirintos de ecos e alguns milhões de reações eletroquímicas embebidas em seus próprios memes, especialmente os de setembro de 1997. A bile que em suas veias é chumbo, é transmutada por mim no mais dourado mijo com o qual abençôo um muro anônimo às 2 da manhã. Seu sangue, há tempos coagulado, em mim se acotovela através de galerias sedentas por aquilo que está acontecendo no momento shuffle e repeat que é o Presente e a Eternidade, irmãos gêmeos siameses e ignorantes da presença um do outro, culpa nossa. Seu cabelo sempre estará entre meus dedos, girando e espiralando, não importa o que digam a madeira, o cimento e o granito. Enquanto eu dirigir com a janela aberta pela tarde da serra e suar em cima de peles que nunca me pertenceram, você não será de Yama, Micantlecutli ou Thanatos. Por isso, busco a entelekia sempre que possível, para manter-me junto de quem realmente sou: Você, renascida ainda viva, em um Control C, Control V a quatro mãos. Portanto, vale para você a ordem sua que recebi às 8:55 da manhã de uma manhã qualquer: respire! Mas sem choro.

Um comentário:

Márcio disse...

Eu entendi, e me toca muito a forma como vc vê a perpetuação da vida através dos filhos.