quarta-feira, 27 de maio de 2009

"Making some sense...when there's no sense at all."

Para onde ir agora? Os pulmões funcionam como bússolas ao mostrarem timidez e dúvida. Por vezes sou um poço onde as dores param para beber e depois seguem viagem. Boa viagem. Sinto necessidade de uma forquilha rápido. Logo aparecem guias com suas frases feitas e lanternas made in Bodhi Gaia, e com eles não irei. Como seguir alguém nesse mundo? Como fazer uma coisa dessas, quando o próprio caminho se desdobra diante dos olhos e das unhas, passivos e insondáveis como os olhos dela naquela noite, e kármicos, simplesmente kármicos? Sem guia dessa vez. Talvez a única, talvez na próxima. É hora de voltar a deixar as meias em cima da TV e parar de se observar. Esse botão de foda-se não deve estar funcionando direito, vamos dar uma risada e abrir essa escotilha. O vento lá fora se esfrega em concreto, água salgada e motor, e é só vento. E eu, a sós com sextilhões de estrelas, uma relação desigual, onde minha ignorância é um par de brincos com o qual todas elas se arvoram e se fazem belas. E juntos ardemos em nossa suíte de matéria escura, torcendo lençóis de linguagem e transpirando sinapses, perdendo a própria noção de onde começa um e termina o outro, lembrando: não há nada a perder. Em breve nos despediremos, e deitarei água, watts e merda em mais um dia que começa como qualquer outro: perfeito e átono. E com um sorriso. Agora.

Nenhum comentário: