domingo, 31 de maio de 2009

Roda Gigante

Estou por conta. Os canais todos ligados, metade deles, estática e fantasmas. Babel voltaica marretando bifes úmidos. Tribos de memes canibais lutando por supremacia em labirintos de areia movediça. Manchas de terra e sangue em ladrilhos no Olimpo. E então, você entende que é um espelho de frente para outro, refletindo reflexos ad eternum. Metáforas são, como esta, chaves para portas e celas, e você nunca sabe se vai sair por uma ou entrar em outra. E lá está você, eu, todo mundo junto e misturado, Brahma entretido em seu jogo, acenando na esquina, quase um borrão contra a luz de uma tarde cinzenta e dourada de água, bruma e pedra fosca. Um blue movie infantil onde júbilo é lar. Logo na esquina. Não fossem os sons dos carros e dos pássaros, o cheiro do lixo e de sexo, as cores, pixels e ângulos, o roçar dos elétrons, o flerte gravitacional, o gosto da saudade e do raio na sua espinha, você entenderia o que digo. E eu.

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