quarta-feira, 6 de maio de 2009

Rollercoaster

Isto não foi planejado. Sem teorias. Sem ensaios. Apenas a porra do momento presente se fazendo onipresente, esticando seus braços para todas as direções jamais vislumbradas antes, o ponto de fuga encurralado e a coerência com a cueca levantada até o pescoço. "Bom" e "Mau" são loucuras que criamos junto com linhas retas e ampulhetas de Césio 133 e ansiedade. Esquecemos quem somos, não nos conhecemos mais. Olhos não são janelas, são espelhos. Cérebros são úteros e nós somos mães de todos os nomes. Somos uma corja de malfeitores charmosos, prontos para foder com o seu paradigma, como se ele cobrasse 5 pela chupeta atrás da lata de lixo. E vamos que vamos neste teste de Roscharch multicolorido e tridimensional chamado Samsara, Tellurian ou Cobal do Humaitá; o que estiver rolando no momento. A roda gira desde sempre. E você tem que se virar com o que acabou de dizer, cada olhar, gesto, exalação e canção atingindo todo o resto como a um cometa, causando destruição sem precedentes e trazendo vida, cores em telas de papel e luz. A raiva que você sente, o seu cheiro de suor, a sua difculdade em estar nas coisas mais bobas, os acordes que você implora para calarem todo o resto, todas essas coisas estão aí e sempre estiveram, mas você nunca as viu. Você nunca existiu antes desse exato instante, e apesar disto, você se lembra. Lembrar é pegar emprestado a juros exorbitantes: sua própria história. E os agiotas logo quebram suas pernas como somente os melhores anjos da guarda são capazes de fazer. Você e eu, somos eventos breves demais para qualquer um ter certeza de que existimos de fato, não podemos vacilar. Precisamos transformar nosso chumbo em ouro. Precisamos de fama. Precisamos ficar. Precisamos virar o jogo. Precisamos de velhos milagres, que ofusquem quasares e transformem nossa fome em pães, peixes e sorrisos. Precisamos de um Gran Finale. Precisamos começar.

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